Com referência no texto de Tiago Lima que ao final deixarei para lerem, mostro o meu ponto de vista e que temos SIM parte da obrigação com as pessoas e não só consigo.
O falso parkour que tenho visto em vídeos dos outros e meu também, tem me aborrecido e me enfraquecido nos treinos. O parkour ficou mais comercial e circense, e giros enjoativos e gente se enroscados em barras como macacos bêbados de fruta amarula http://bit.ly/bXjlm.
Os movimentos enfeitados ganharam um novo brilho aos olhos daqueles que ainda não descobriram como "ser" com seu parkour, confesso que até eu gostei no início e tentei também. É a mesma coisa de você pegar o caminho mais perigoso para sua casa porque é mais perto. Dá preguiça dar a volta maior. Assim são os desafios da vida. Supere isso!
Bom. Após várias tentativas, acertei o movimento, e pensei em aplicar num percurso, tentei e tentei e me senti um idiota, daí os vídeos perderam o significado (que nunca tiveram), e me encontrei no ponto zero. Fiquei sem vontade nenhuma de ver outro vídeo com medo do doidinho começar a tomar amarula e ficar decepcionado.
Eu tinha um bobo objetivo superficial de "meu pai vai parar de fumar quando eu acertar o movimento", Lá vai... há! Droga... Viraram simpatia esfarrapada... não é assim que vou fazer meu pai parar de fumar, nem desde pequeno resolveu conversar, ele foi fraco.
O melhor que posso fazer é treinar outros para não terem espaço para vícios bobos exibicionistas, assim me disciplino ensinando-os a pensar que seu corpo é sua ferramenta de aprendizado, não só para si mesmo mas, uma ferramenta ajudar outros. De que forma? Sendo eu primeiro um bom indivíduo de caráter para eu estar apto a ensinar ao próximo para se espelhar nas minhas ações inspirando a outros.
Isso eu posso fazer treinando parkour. Compare o parkour como um caminho da vida. Durante um percurso com difíceis obstáculos estão as dificuldades (muros) a cada outro lado do muro partilhe uma boa ação. Por isso acredito que cada um de nós tem a obrigação de realizar esta difícil tarefa, porque reclamar é fácil, ir pelo caminho mais curto também. Pra mim, o difícil é foda. Este é o desafio real.
É fácil você errar, perder a cabeça. Difícil, é manter-se íntegro e verdadeiro consigo mesmo.
Eu já estou me treinando, só joguei uma fórmula, ponha seus ingredientes nela. Quero estar apto.
Texto de Tiago Lima
Continuo um sentimento ruim. O que houve com o intuito inicial da art du déplacement? Com o feeling que, com tanto carinho e garra, foi preservado quando descoberto por nós, no Brasil? Onde está o "ser forte"? Hoje em dia não vejo mais isso. As ocorrências, na verdade, são tão escassas que chega a ser vergonhoso ser praticante de Parkour. Mas que fique claro aqui que não é pela prática em si, mas pela repercussão e desenvolvimento avesso que a prática tomou. L'art du déplacement, Parkour, Free Running? Esqueceram que tudo veio do mesmo lugar e que esse lugar tinha apenas uma pergunta pairando? "Como ser forte?", eles questionavam no início. E hoje, que exemplo damos aos mais novos? Os mais antigos tem orgulho de ver o que fazemos? Eu entendo que o momento é diferente e que os recursos de difusão também melhoraram, mas isso não nos dá a liberdade de modificar o que foi no início. Vejo muitos rapazes, que se dizem praticantes de Parkour, executando formas e se deslocando sem objetivo algum, fracos, tanto fisicamente quanto mentalmente. Quando "ser jovem" começou a ser uma desculpa pra negligenciar a atenção a saúde e simplesmente ignorar os exercícios de manutenção/condicionamento, ou alimentação, sono? Quando a "paciência" começou a ser um atributo de pessoas acima de 30 anos? Quando o Parkour deixou de ser uma busca pela força (física e espiritual) e se tornou uma apresentação de macacos de circo? Independente do que façamos, com o tempo, fica cada vez mais claro que é necessário ter o fundamento, o básico, mais forte. E o básico é lembrar que no início, antes dos movimentos, antes dos saut de fond, saut de bras, précision, passe muraille, enfim, existia apenas uma pergunta que guiava um estado mental: "Como ser forte?", "O que 'forte' significa?", "O que 'ser forte' significa?". O tempo passa e estamos aqui, encontrando cada vez mais desculpas para o que fazemos e porquê fazemos. A liberdade de "encontrar seu próprio caminho" foi tomado de forma equivocada por muitos. Apesar de eu não ter o poder e nem o dever de alterar a maneira como a maioria observa o Parkour atualmente, só posso dizer que é uma pena e, as vezes, uma vergonha, saber que os valores iniciais foram abandonados por prestigio, fama, etc. Não se dá nada a alguém que não quer receber.
By: Thiago Lima
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